Prebióticos
Muito ouvimos falar sobre prebióticos hoje em dia. Mas o que é um alimento prebiótico?
Um alimento prebiótico é definido como um ingrediente alimentar não digerível pelo sistema digestivo humano que irá afetar beneficamente o hospedeiro, porque estimula seletivamente o crescimento e atividade das bactérias consideradas benéficas presentes no colon, portanto melhorando a nossa saúde. Essas bactérias consideradas benéficas para o bom funcionamento intestinal, são as bactérias do gênero Bifidobacterium e Lactobacillus.
Para ser um alimento com características prebióticas, ele deve passar intacto pelo estomago e chegar ao cólon e intestino grosso onde as bactérias citadas acima serão capazes de fazer a digestão, estimulando assim uma maior colonização destes gêneros.
São exemplos de ingredientes prebióticos:
· Frutooligosacarídeos (FOS) estão presentes em alimentos como a cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel e cerveja.
· A pectina está presente na entrecasca dos cítricos, do maracujá e na maçã.
· As ligninas nas cascas de frutas oleaginosas e leguminosas como a linha e a soja.
· A inulina é encontrada principalmente na raiz da chicória, no alho, cebola, aspargos e alcachofra.
Fonte: G.R. Gibson & R.A. Rastall. Prebiotics : development and application. John Wiley & Sons Ltd. 2006.
Prebióticos
Os prebióticos são igredientes seletivamente fermentáveis que permitem mudanças específicas na composição e ou atividade da microbiota gastrintestinal que conferem benefícios ao hospedeiro (ROBERFROID, 2008ª). Adicionalmente o prebiótico pode inibir a multiplicação de patógenos, garantindo benefícios adicionais à saúde do hospedeiro. Esses componentes atuam mais freqüentemente no intestino grosso, embora eles possam ter, também, algum impacto sobre os microrganismos do intestino delgado.
Os prebióticos são fibras. Entretanto, apenas certas fibras são consideradas prebióticas. As fibras da dieta estão incluídas na ampla categoria dos carboidratos. Elas podem ser classificadas como solúveis, insolúveis ou mistas, podendo ser fermentáveis ou não fermentáveis. A definição de fibra da dieta sugere a inclusão de oligossacarídeos e de outros carboidratos não digeríveis. Deste modo, a inulina e a oligofrutose, denominadas de frutanos, são fibras solúveis e fermentáveis, as quais não são digeríveis pela α-amilase e por enzimas hidrolíticas, como a sacarase, a maltase e a isomaltase, na parte superior do trato gastrointestinal (CARABIN & FLAMM, 1999).
Como os compontentes da fibra da dieta não são absorvidos, eles penetram no intestino grosso e fornecem substrato para as bactérias intestinais. As fibras solúveis são, normalmente, fermentadas rapidamente, enquanto as insolúveis são lentamente ou apenas parcialmente fermentadas(PUUPPONEN-PIMIA et al., 2002).
A extensão da fermentação das fibras solúveis depende de sua estrutura física e química. A fermentação é realizada por bactérias anaeróbicas do cólon, levando à produção de ácido lático, ácidos graxos de cadeia curta e gases. Conseqüentemente, há uma redução no pH do lúmen e uma estimulação da proliferação de células epiteliais do cólon.
SAAD, S.M.I.; CRUZ, A.G.; FARIA, J.A.F. Probióticos e Prebióticos em Alimentos - Fundamentos e Aplicações Tecnológicas. p.53-54, 2011.
Tipos de Prebióticos
Os prebióticos identificados atualmente são carboidratos não digeríveis, incluindo a lactulose, a inulina e diversos oligossacarídeos que fornecem carboidratos que as bactérias benéficas do cólon são capazes de fermentar.
A inulina e a oligofrutose pertencem a uma classe de carboidratos denominados frutanos e são considerados ingredientes funcionais. Os frutanos são os polissacarídeos não estruturais mais abundantes na natureza, após o amido. Eles estão presentes em uma grande variedade de vegetais e, também, em algumas bactérias e fungos.
Os principais prebióticos utilizados pela indústria de alimentos mundial são os fruto-oligossacarídeos (FOS), a inulina, os isomalto-oligossacarídeos (GOS) e os trans-galacto-oligossacarídeos (TOS). Dentre os citados, a inulina e os FOS são os mais estudados (SIRÒ et al., 2008), sendo ainda os únicos para os quais a alegação de efeito sobre a composição da microbiota intestinal é permitida no Brasil.
SAAD, S.M.I.; CRUZ, A.G.; FARIA, J.A.F. Probióticos e Prebióticos em Alimentos - Fundamentos e Aplicações Tecnológicas. p.54, 2011.
Quantidade Recomendada
Doses diárias a partir de 4 a 5g até 20g de inulina e/ou oligofrutose, administradas durante pelo menos 15 dias são eficientes para garantir o estímulo da multiplicação de bifidobactérias no cólon (ROBERFROID, 1999; SHAH, 2000; VINDEROLA & REINHEIMER, 2000; VINDEROLA & REINHEIMER, 2003).
No Brasil a recomendação diária mínima de frutooligossacarídeos (FOS) e de inulina é de 3g para alimentos sólidos e de 1,5g para alimentos líquidos (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2008).